" dançá mais eu" é a ressignificação de um verso, de um corrido do universo da capoeiragem que diz: "vem jogá mais eu mano meu."...Eu que venho transitando entre territórios de tradição, renovação e constante invenção como a Capoeira Angola e a Dança, busco aqui compartilhar ideias e ações que encontram nexos e elos no fazer, seja enquanto docente, criadora, pesquisadora e aprendiz que sou...

sexta-feira, 6 de julho de 2012


IMAGENS 


As imagens tiradas em abril, dentro da perspectiva de pensar as relações entre a cidade do Recife e os integrantes desse grupo, foram orientadas pela artista Jaqueline Vasconcellos afim de que pudéssemos pensar  as  relações de poder inscritas em nossos corpos. 




A busca propunha trabalhar com  imagens que pudessem dizer sobre como a cidade exerce poder em nós e como negociamos nosso poder nesta cidade. 



Tal ideia era permeada pela expectativa de que tais investigações pudessem auxiliar os próprios dançarinos na criação de suas poéticas a partir do sentimento de pertencimento que eu  acredita existir em relação a cidade do Recife.






A dinâmica agregava o olhar da artista Jaqueline, dentro de uma proposta macro que resumo, como a idéia de desenvolver,  através de dinâmicas laboratoriais, um euambiente. Um "EU" que têm sido pensado como um corpo que  negocia e intercambia ininterruptamente, com o ambiente.



 As imagens ficaram guardadas e somente agora retomamos a discução junto à Breno Cesar, fotógrafo, videoartista e cineasta que daqui em diante trabalhará junto ao grupo.









Mais uma vez, a fala sobre as sensações e pensamentos que cada imagem apresenta para cada um dos integrantes desta pesquisa, me leva para um lugar intrigante de como nos parecemos na diferença.
Pelas trajetórias, pelos sentimentos subjacentes à cada foto, um sentimento coletivo se expressa :








Nosso sentimento de transeuntes é maior do que nossa sensação de pertencimento. É claro, sem generalizações e com níveis de pertencimentos variados em relação a cidade do Recife, o grupo se  constitui por transeutes que aprendem com a dança a atravessar e a serem atravessados, mas sempre em movência, sempre reagindo ou apenas sentido na ação mais sutil de reconhecer-se adaptável a qualquer lugar.






 A dança, pra lá de contaminada de nós mesmos, traduzidas em sensações singulares, também é contaminada pelos sentidos e pelo o que a própria pesquisa nos provoca...a atravessar outras pontes, outros estados e estágios.




 Um atravessamento contínuo...





Daqui em diante, a sensação é de que a cidade pode ser qualquer uma, de que a ponte pode ser qualquer outra e de que nossos corpos carregam memórias corporais (in)conscientes!


Gabriela Santana
06 de julho de 2012





domingo, 1 de julho de 2012

contaminações






Brincamos de contaminação em nossas investigações, brincamos de se conectar, de se afinar e de se deixar "contaminar". Nessa "contaminação" cada qual, mistura suas referências e, assim, vamos construindo um conhecimento coletivo a tal ponto que, por oras, as traduções acontecem inevitavelmente e um pensamento passa a participar da vida do outro, resignificando sentidos.

Déa, uma das pesquisadoras dessa pesquisa, chegou com uma flor em pensamento. Essa lindona aí do lado direito e, desde então, a tal flor não para de aparecer para mim, esta da esquerda é uma das que me deparei...fechadinha esperando a hora de desabrochar.

Assim, é o pensamento dançante, mesmo que seja o mesmo, toma forma diferente, toma corpo diferente e para mim, essa é a graça de se pensar uma pesquisa em dança. Cada eu(corpo) pode transformar um pensamento em sua própria dança.

gabriela
Recife, 01 de julho de 2012